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Um Amor a Cada Esquina (filme)
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Um Amor a Cada Esquina

Avaliação:
5/10

5/10

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Crítica | Ficha técnica

No início de Um Amor a Cada Esquina (She’s Funny That Way, 2014), ouvindo Fred Astaire cantando “Cheek to Cheek” sobre imagens de Nova York e a voz da protagonista se antecipando à sua aparição na tela, temos a falsa impressão de que estamos num filme de Woody Allen. Não é verdade, mas não surpreenderia se o diretor Peter Bogdanovich quisesse provocar essa sensação homenageando Allen. Afinal, este seu último filme ficcional é repleto de citações cinematográficas.

Aqui, o tom da comédia caminha no sentido oposto da intelectualização costumeira de Woody Allen. De fato, está mais próximo do humor pastelão de Essa Pequena é uma Parada (What’s Up, Doc?), que Bogdanovich dirigiu em 1972. E faz-se necessário se abrir para a comédia do absurdo para entrarmos nessa comédia pela comédia, que não perde uma piada por ser implausível. Aportamos, também, no mundo das confusões de Jacques Tati e dos Irmãos Marx, provocadas pelas mentiras dos seus protagonistas.

Um benfeitor em série

Uma entrevista conduz o enredo. Isabella Patterson (Imogen Poots) relata como se tornou uma atriz de sucesso. A mudança em sua vida aconteceu quando um dos seus clientes, Arnold Albertson (Owen Wilson), lhe ofereceu 30 mil dólares para ela deixar de ser uma garota de programa. Secretamente, ele costuma fazer isso com outras mulheres, que ele reencontra sem querer ao longo do filme. Mas, nesse caso ele se complica porque ele é um diretor de teatro de sucesso e Isabelle quer ser atriz. E várias coincidências levarão à revelação deste e de outros segredos, não só de Arnold e Isabelle, como de vários outros protagonistas.

Como alertado acima, as coincidências são forçadas, e se você se encucar com isso, não conseguirá curtir o filme. Como exemplo, todos os principais personagens, que estão acobertando alguma coisa, resolvem jantar no mesmo restaurante italiano. Além disso, os personagens são propositalmente caricatos. Imogen Poots fala com um sotaque bem forçado e Arnold é um benfeitor compulsivo. Já Jennifer Aniston atua em tom exagerado para construir uma psicóloga louca, e Rhys Ifans personifica o ator garanhão viciado em sexo.

Entre amigos

Em Um Amor a Cada Esquina, Peter Bogdanovich se cerca de pessoas conhecidas. O roteiro é de autoria dele e de sua ex-esposa Louise Stratten. Como a mãe de Isabella, está uma antiga namorada, Cybill Shepherd. Além disso, há várias participações especiais, como Tatum O’Neal (atriz que ganhou o Oscar em seu filme Lua de Papel) e Quentin Tarantino (no papel dele mesmo).

O resultado é um filme com muita gritaria, brigas e traições. Os únicos momentos de calmaria são os trechos intermitentes da entrevista de Isabella à repórter Judy (Illeana Douglas), talvez os mais interessantes de Um Amor a Cada Esquina. Enfim, não agrada a todos, e nem a todo momento. Mas, finaliza apropriadamente com uma declaração de amor ao cinema, e que é com certeza muito sincera, já que vem de Peter Bogdanovich.


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