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Uncharted - Fora do Mapa (filme)
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Uncharted – Fora do Mapa

Avaliação:
5.5/10

5.5/10

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Crítica | Ficha técnica

O filme Uncharted – Fora do Mapa se prende demasiadamente ao game homônimo que lhe deu origem e, por isso, não passa de uma aventura vazia. A Sony, que lançou os jogos em 2007, foi generosa na produção, inclusive colocando Tom Holland (o atual Homem-Aranha, franquia que também pertence à Sony) como protagonista. Ao lado dele, estão ainda os já famosos Mark Wahlberg e Antonio Banderas; bem como novos talentos como Sophia Ali e Tati Gabrielle.

Porém, todos esses recursos não foram suficientes para o diretor Ruben Fleischer resolver o problema crucial de Uncharted – Fora do Mapa: o roteiro fraquíssimo. É dele que vem todo o vazio que permeia o filme. Não fosse por isso, tinha tudo para dar certo. Afinal, Fleischer já provou que é craque em aventuras fantásticas que mesclam humor e ação, como Zumbilândia (Zombieland, 2009) e Zumbilândia: Atire Duas Vezes (Zombieland: Double Tap, 2019). Porém, sem um roteiro forte, ele escorrega, como aconteceu em Caça aos Gangsteres (Gangster Squad, 2013).

A trama central não se sustenta pelas quase duas horas de filme. É uma caça ao tesouro, como Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Arc, 1981) e suas sequências e imitações. Aliás, Indiana Jones é até citado em certo momento. As pistas levam o protagonista Nathan Drake (Holland) de New York a Barcelona, até os mares das Filipinas. Mas, o trajeto é complexo, quando os personagens pensam que chegaram ao tesouro, descobrem que se trata apenas de mais uma pista. Na verdade, a relativa complexidade é bem-vinda nesse gênero, mas desde que resolvida com mais agilidade.

Personagens

Na parte inicial, temos a ilusória percepção de que o personagem principal Nathan Drake foi bem construído. Depois de um dispensável flash forward, vemos um acertado flashback do momento em que Nathan vê seu irmão pela última vez. Ainda adolescentes, em um orfanato, eles já demonstram que nasceram para serem caçadores de tesouros. Assim, quando encontramos Nathan já adulto, sacamos logo a sua personalidade. O rapaz cresceu amargurado porque sua única família, seu irmão, não deu mais notícias de vida. Mas, por outro lado, ele se vira bem como um bartender charmoso e, também, como um pequeno vigarista que furta os clientes. O diálogo que ele troca com uma jovem é espirituoso e engraçado, mas essa qualidade não voltará a aparecer no restante do filme.

A lacuna que o irmão deixou serve de isca, compreensível, para ele se juntar a um outro caçador de tesouros, Victor Sullivan (Wahlberg), mais velho e mais trambiqueiro. Na Espanha, entra para o time (ou talvez não) Chloe Frazer (Ali), mais uma caçadora de tesouro nada confiável. Forma-se, assim, uma equipe com membros que não confiam um no outro. E que, na história, quase se perdem como personagens, pois a dualidade deles desacredita o espectador.

Nathan era aquele charmoso trambiqueiro, mas ao longo da história acaba parecendo “bonzinho demais”, como descreve Chloe. Já esta e, também, Victor, alternam entre pertencerem ao grupo dos heróis e dos vilões. Mas a maior falha do roteiro em relação a Chloe e Victor é que eles somem durante um bom tempo da tela, embora tenham sido apresentados como personagens importantes.

Sem rumo

Uncharted – Fora do Mapa comete o erro de desequilibrar a força dos mocinhos e dos bandidos. Nathan, Victor e Chloe são pessoas comuns, cujo único diferencial é o talento para decifrar os enigmas do mapa do tesouro. Então, parece inexplicável que eles consigam enfrentar os vilões, muito mais poderosos. Há o impiedoso milionário espanhol Santiago Moncada (Banderas), e sua gangue formada por capangas imensos e letais, entre eles a fria assassina Braddock (Gabrielle), exímia na luta e no uso de facas. É difícil engolir que esses vilões não sejam páreos para o trio de heróis (?) do filme.

A resolução também é fraca. Em certo momento, Braddock valoriza os navios antigos que esses caçadores encontram. Porém, na perseguição, ela não tem nenhuma preocupação em preservá-los, jogando o navio que ela controla contra o outro em poder de Victor. Por fim, o conformismo, quase desdém, pelo tesouro perdido não combina com toda a ganância que moveu todos os envolvidos.

Por fim, ficamos com a impressão de que Ruben Fleischer não consegue dosar o uso de efeitos visuais. Notamos problema similar em seu filme Venom (2018). Parece que ele não consegue controlar a computação gráfica, e permite que várias cenas ganhem características de animação. Em Uncharted – Fora do Mapa, isso fica evidente nas cenas finais, com os helicópteros que suspendem os navios, um uso além da conta dos efeitos de pós-produção que torna tudo artificial demais.

O resultado disso tudo é um filme vazio, que em pouco tempo justificará seu título e ficará não-cartografado, esquecido, mas longe de ser um tesouro.   

   

Sinopse:

Na história de origem da série de jogos homônima, o jovem e esperto Nathan Drake embarca em sua primeira aventura de caça ao tesouro com seu sagaz parceiro Victor “Sully” Sullivan. Em uma aventura épica repleta de ação que se estende por todo o mundo, os dois partem em uma perigosa busca pelo “maior tesouro nunca encontrado”, enquanto rastreiam pistas que podem levar ao paradeiro do irmão há muito perdido de Nathan.

Ficha técnica:

Uncharted – Fora do Mapa | Uncharted | 2022 | Estados Unidos | 116 min | Direção: Ruben Fleischer | Roteiro: Rafe Judkins, Art Marcum, Matt Holloway | Elenco: Tom Holland, Mark Wahlberg, Antonio Banderas, Sophia Ali, Tati Gabrielle, Steven Waddington, Pingi Moli, Tiernan Jones.

Distribuição: Sony.

Trailer:
Onde assistir "Uncharted - Fora do Mapa":
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