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Você Deveria Ter Partido (filme)
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Você Deveria Ter Partido

Avaliação:
5/10

5/10

Crítica | Ficha técnica

A ficha técnica de Você Deveria Ter Partido (You Should Have Left, 2020) cria expectativas que o filme não consegue entregar. É uma produção da Blumhouse, especializada em terror, que conta com o experiente diretor e roteirista David Koepp e com dois astros no elenco: Kevin Bacon e Amanda Seyfried.

David Koepp já dirigiu Kevin Bacon num filme num thriller psicológico parecido com o de Você Deveria Ter Partido. Foi em Ecos do Além (Stir of Echoes, 1999), que conseguiu repercussão acima da média. Além disso, Koepp realizou outros filmes com orçamento maior, por exemplo, A Janela Secreta (Secret Window, 2004) e Mortdecai: A Arte da Trapaça (Mortdecai, 2015), ambos protagonizados por Johnny Depp.

Contudo, David Koepp é muito mais requisitado como roteirista. Seu nome está por trás de grandes produções, como Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (Jurassic Park, 1993), Missão: Impossível (Mission: Impossible, 1996), e Homem-Aranha (Spider-Man, 2002), apenas para citar alguns. Mais recentemente, continuou com prestígio, e escreveu Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull, 2008), Inferno (2016) e A Múmia (The Mummy, 2017), entre outros.

Ou seja, é um artista de alto calibre. E, por isso, Você Deveria Ter Partido decepciona. Antes de entrar na análise, vale o aviso de que ela contém spoilers.

Análise com spoilers

O enredo é animador. O terror psicológico se origina de erros do passado, que se materializam numa variante moderna de casa mal-assombrada. Mas, o desenvolvimento dessa história não empolga. Principalmente, porque a mansão, um labirinto em constante transformação, assusta menos do que os velhos casarões com um sótão misterioso. Sem dúvida, a casa funciona como sintoma da mente atormentada do protagonista Theo (Kevin Bacon), mas o quebra-cabeças deixa escapar o pé na realidade que daria sustentação à trama.

Afinal, a partir de certo momento, o filme mergulha no sobrenatural. Assim, a casa é o reduto, ou a armadilha, para que o diabo atraia e cobre suas dívidas daqueles que não assumem seus pecados. Como o próprio Theo admite: “Não dá para fugir de suas próprias sombras.” A admissão do fantástico permite liberdade total ao roteirista, que, por isso, coloca em perigo a filha de seis anos de Theo. Envolvê-la nesse tormento não faria nenhum sentido com o tema principal da culpa que atormenta o personagem principal, se o filme não adentrasse o sobrenatural.

Mas, mesmo assim, não há dúvidas que o enredo seria mais convincente se mantivesse a criança longe da ameaça, tal como acontece com a esposa de Theo vivida por Amanda Seyfried. Aparentemente, o roteiro coloca a criança em perigo apenas para explorar o instinto protetor dos espectadores. Em outras palavras, um ingrediente para criar maior apelo ao público.

Ainda assim, há trechos interessantes em Você Deveria Ter Partido. O enredo amarra bem a punição pela culpa de Theo ao manter o personagem preso à casa interagindo com o outro Theo da realidade. Nesse sentido, duas situações merecem destaque. Uma é aquela em que ele e a filha veem, de longe, que há alguém dentro da casa. A outra, quando Theo escreve mensagens para ele mesmo no diário.

Suspense psicológico ou terror sobrenatural

Além de alguns jump scares, o terror marca presença nas alucinações e na luta com a criatura da banheira. No entanto, o filme caminha muito mais pelo suspense do que pelo clima assustador. Na verdade, reside aí o que de fato prejudica a ideia potencialmente interessante de Você Deveria Ter Partido: definir-se entre o suspense psicológico e o terror sobrenatural.

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Ficha técnica:

Você Deveria Ter Partido | You Should Have Left | 2020 | EUA, Reino Unido | 93 min | Direção e roteiro: David Koepp | Elenco: Kevin Bacon, Amanda Seyfried, Avery Tiiu Essex, Colin Blumenau, Lowri Ann Richards.

Onde assistir:
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