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Agente Oculto (filme)
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Agente Oculto

Avaliação:
4.5/10

4.5/10

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Crítica | Ficha técnica

Agente Oculto (The Gray Man) é outra grande produção da Netflix (no valor de 200 milhões de dólares) que não empolga. Prevendo isso, desta vez a empresa preferiu não lançar antes o filme nos cinemas, como fez com Alerta Vermelho (2021), que também frustrou as expectativas. A ideia repete o padrão de sempre: colocar atores do momento (Ryan Gosling, Chris Evans, Ana de Armas), elenco internacional (por exemplo, o Wagner Moura), em uma trama que reúne o que o público em geral prefere, mas sem arriscar nada de novo.

Além disso, desta vez contrataram uma dupla de diretores já tarimbada em filmes de ação com orçamentos gigantescos. Anthony Russo e Joe Russo realizaram Vingadores: Guerra Infinita (2018) e Vingadores: Ultimato (2019), dois títulos entre as cinco maiores bilheterias de todos os tempos. Ou seja, para diminuir os riscos. Mas, grande parte dos problemas de Agente Oculto se originam da experiência dessa dupla de cineastas, pois o filme traz cenas de ação tão grandiosas que só caberiam mesmo numa história fantasiosa de super-heróis. Veja, por exemplo, o escarcéu que se forma na batalha numa praça em Praga, exageradamente bombástica.

E tudo parece pretexto para mais trechos explosivos. Em alguns momentos, o protagonista Sierra Seis (Ryan Gosling) deixa de lado a solução mais eficaz para dar margem à ação. Por exemplo, ele poderia fugir escondido no trem elétrico, mas prefere aparecer e atirar nos inimigos. Da mesma forma, pede que o vilão Lloyd Hansen (Chris Evans) seja poupado pela outra agente – Dani Miranda (Ana de Armas), que poderia abatê-lo à distância – só para poder duelar com ele numa briga mano a mano.  

Falta substância

Quanto à realização dos confrontos, aqueles que envolvem muitos personagens, com eventos paralelos simultâneos, são tão confusos quanto os que vimos nos filmes dos Vingadores. Já as lutas um a contra um conseguem empolgar, pois os diretores aí podem se concentrar em criar interessantes coreografias para as lutas. Um bom exemplo é a briga de Seis contra um invasor no seu flashback. Aliás, os Russo chamaram a atenção justamente por cenas como essa em Capitão América 2 – O Soldado Invernal (2014) e Capitão América: Guerra Civil (2016).

Além das cenas de ação, o orçamento generoso permite locações em várias partes do mundo, algo que os filmes de James Bond transformaram em padrão para o gênero espionagem. Porém, esse turismo e essa profusão de tiroteios, lutas e explosões não consegue esconder a fragilidade da trama.

No enredo, Courtland Gentry (Ryan Gosling) aceita a oferta de sair da prisão e se tornar um agente oculto da CIA, sob o codinome Sierra Seis. Mas, após missões de sucesso, Seis agora enfrenta seu chefe, que contrata Lloyd Hansen (Chris Evans) para recuperar um chip com informações comprometedoras. O roteiro tentar dar substância ao protagonista colocando um trauma da infância por causa do pai abusivo, o que talvez explicaria sua obstinação em proteger a vida da sobrinha do recrutador da CIA.

Mas o ritmo acelerado do filme não permite que essa profundidade se desenvolva, e tudo parece artificial. Ainda mais com a atuação caricata de Chris Evans, o ex-Capitão América que agora encarna um vilão que não é nem ameaçador nem engraçado. Aliás, humor é uma tentativa que não funciona no filme, assim como todo o resto porque, aqui, a ação está acima da narrativa.


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