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Aliados (filme)
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Aliados

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

“Aliados”: Zemeckis retoma Spielberg, novamente

Após o emocionante “A Travessia” (The Walk, 2015), o diretor Robert Zemeckis retoma seu papel de discípulo de Steven Spielberg em “Aliados”. Nele, conta com os astros Brad Pitt e Marion Cotillard no elenco.

A introdução do filme esbanja estilo. A câmera desce junto com Max Vatan (Brad Pitt) em seu paraquedas, aterrissando na bela paisagem das dunas no Marrocos. O militar Vatan é conduzido até uma cidade com vida noturna agitada. O cenário produzido em estúdio concede um tom farsesco a “Aliados”, o que se revelará uma impressão importante para o final da estória, criando uma inesperada quebra de expectativa.

As imagens por si só fornecem as informações necessárias para o espectador se situar na cronologia da história. Braçadeiras nazistas em dois soldados que entram na boate contam que estamos na época da Segunda Guerra Mundial e os alemães dominaram a colônia francesa. Zemeckis se dá ao luxo de abrir mão do idioma inglês até os nove minutos iniciais, sem prejudicar a compreensão por parte do público.

Missão secreta

Vatan reencontra sua suposta esposa Marianne Beauséjour (Cotillard) na boate. Logo descobriremos que eles ainda não se conheciam. Ele está numa missão secreta fingindo ser um militar francês. Porém, na verdade, ele é um espião canadense, enquanto ela esconde ser uma combatente da resistência francesa. A missão deles consiste em assassinar o embaixador alemão em uma festa. O plano se concretiza com tamanha precisão que a sequência chega a lembrar filmes do James Bond.

O trabalho, como era de se esperar, se transforma em romance. O casal se casa e passa viver em Londres, onde têm uma filha, nascida em meio a bombardeios, numa cena tipicamente spielbergiana. Quando Vatan é convocado para um interrogatório, descobre que sua esposa é suspeita de ser uma espiã alemã. Caberá a ele investigar e eliminá-la caso a acusação seja verdade. A partir daí, o filme toma outro rumo, e se torna mais amargo.

A direção de Zemeckis

Zemeckis trabalha em várias cenas tomando o espelho como símbolo da dualidade dos protagonistas. Primeiro, em Marrocos, quando convivem pela primeira vez no quarto do hotel, os espelhos evidenciam o disfarce que ambos precisam manter para cumprir a missão. Em momento posterior, após Vatan descobrir a suspeita sobre Marianne, ele a observa pelo espelho, mostrando que ela talvez seja uma mentirosa.

Uma outra cena emblemática coloca Vatan descendo uma escadaria enorme para chegar até o andar onde responderá ao interrogatório. Dessa forma, faz um paralelo da descida ao inferno que se tornará sua vida a partir dessa revelação.

Em outra sequência, Zemeckis utiliza as forças da natureza como representante do sentimento dos personagens. Vatan e Marianne estão dentro de um carro no meio do deserto, e começam a flertar. À medida que avançam nas carícias e beijos, uma tempestade de areia começa a surgir, aumentando e atingindo proporções violentas enquanto os dois fazem sexo voluptuosamente.

“Aliados”, assim, mostra uma direção segura de Robert Zemeckis, que sempre se esmera em evitar furos nos roteiros de seus filmes, vide a trilogia “De Volta para o Futuro”. Os personagens são apresentados de forma simpática, e conquistam a empatia do público. O clima farsesco e com forte apelo emocional da primeira parte de “Aliados” coloca Zemeckis de volta aos trilhos de Steven Spielberg. Contudo, pelo menos no final, o discípulo se revela mais corajoso do que o seu mentor.


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