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Aqueles que me desejam a morte (filme)
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Aqueles Que Me Desejam a Morte

Avaliação:
6/10

6/10

Crítica | Ficha técnica

Em Aqueles Que Me Desejam a Morte, Taylor Sheridan volta a dirigir um roteiro que não é inteiramente seu. Em sua estreia, Vile (2011), ele nem participou da escrita, mas aqui ele divide a autoria com o novato Michael Koryta e o experiente Charles Leavitt. Alguns elementos revelam o toque de Sheridan, porém o trabalho em conjunto diluiu suas boas ideias e a trama resultou menos visceral e mais fantasiosa em comparação a Terra Selvagem (Wind River, 2011), que ele escreveu e dirigiu. E, mesmo em relação a Sicario: Terra de Ninguém (Sicario, 2015) e Sicario: Dia do Soldado (Sicario: Day of the Soldado, 2018), cujos roteiros são exclusivamente seus, mas outros dirigiram.

Aqueles Que Me Desejam a Morte dialoga com Terra Selvagem na questão da natureza impiedosa. No novo filme, as florestas de Montana ardem em fogo, enquanto as nevascas tornam quase impossível viver em Wyoming, no longa de 2011. A natureza transforma as pessoas, e os protagonistas são fortalezas imbatíveis, como aqui a Hannah (Angelina Jolie). Por outro lado, quem não aprende a conviver sob suas condições, padece. A frase do vilão Jack (Aiden Gillen), “Eu odeio este maldito lugar!”, ganha uma resposta dura da heroína Allison (Medina Senghore): “E ele te odeia do mesmo jeito!”. Quem sente isso na pele é o outro vilão, Patrick (Nicholas Hoult), que precisa sobreviver em meio ao incêndio deliberadamente provocado pelo seu parceiro.

Vilões detestáveis e cenas fantasiosas

Aliás, essa dupla de vilões detestáveis é uma das forças do filme. Afinal, quem assistia à série Game of Thrones se acostumou a odiar a figura de Aiden Gillen e, seu personagem Jack está no mesmo nível de Peyr Baelish. Ao seu lado, vemos o intenso Nicholas Hoult, que tanto pode ser um herói X-Men como esse letal Patrick. Os dois são assassinos de uma quadrilha e precisam eliminar um auditor que descobriu negócios escusos de pessoas importantes. Porém, o filho de dez anos da vítima foge com as informações. O menino encontra proteção da agente florestal Hannah, especialista em incêndios, enquanto os assassinos ameaçam o seu ex-namorado e a mulher grávida dele.

Da mesma forma que em Sicario: Terra de Ninguém e Terra Selvagem, as protagonistas femininas começam a história fragilizadas e se transformam durante o filme. Enquanto nos outros dois longas, elas de início pecam por serem despreparadas, Hannah está traumatizada por se culpar por uma falha em um incêndio que vitimou três crianças. Outra personagem feminina de destaque é Allison, que quebra os paradigmas e se mostra uma grávida de seis meses dura na queda. Ela monta em cavalos e ainda enfrenta os assassinos.

Contudo, tanto essa indestrutibilidade de Allison, como a maneira como Hannah e o menino escapam do incêndio devastador, constituem os pontos fracos da trama. Esses e outros aspectos tornam o filme fantasioso demais, fugindo do tom visceral de outros trabalhos de Taylor Sheridan. Nesse aspecto, resta a impiedosa eliminação do vilão pela protagonista, que não soa forçada diante da caracterização dos vilões como seres repugnáveis. Assim, Aqueles Que Me Desejam a Morte consegue prender a atenção com sua ação ininterrupta. Porém, se afasta demais da realidade em alguns momentos, e da intensidade dos roteiros de Taylor Sheridan.

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Ficha técnica:

Aqueles Que Me Desejam a Morte | Those Who Wish We Dead | 2021 | Canadá/EUA | 100 min | Direção: Taylor Sheridan | Roteiro: Michael Koryta, Charles Leavitt, Taylor Sheridan | Elenco: Angelina Jolie, Finn Little, Jon Bernthal, Aidan Gillen, Nicholas Hoult, Jake Weber, Medina Senghore, Tyler Perry.

Distribuição: Warner.

Trailer:

Onde assistir:
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