Deadpool (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

Deadpool

Avaliação:
8/10

8/10

Crítica | Ficha técnica

“Deadpool” surpreende por descobrir uma terceira via alternativa aos filmes com super-heróis. Foge do padrão dark dos Vingadores e de seu contraponto juvenil visto, por exemplo, na série de TV “Flash”. Enfim, reconhece que muitos adultos compõe o público desse gênero e oferece a estes mais violência, e, principalmente, temas adultos embalados com ação e comédia. Um formato já tratado anteriormente em “Hancock”, mas timidamente. Aqui, os extremos é que fazem a diferença.

A aposta dos produtores repousa no pressuposto de que os espectadores possuem a mente aberta para a metalinguagem. Afinal, ela está presente desde os créditos iniciais. No lugar de apresentar os atores e a equipe do filme, brinca com esses papéis, como “Estrelando (…) uma mina gostosa, uma adolescente pentelha (…)”. Dessa forma, a introdução dá o tom para o que se verá em todo o filme.

A história

Wade (Ryan Reynolds), um vagabundo bom de briga, recebe a notícia de que foi diagnosticado com câncer terminal. Justamente no momento em que estava vivendo uma relação amorosa apaixonada com Vanessa (Morena Baccarin). Então, desesperado, submete-se a um experimento conduzido pelo nefasto Francis (Ed Skrein), que lhe salva a vida, dando-lhe poderes de auto cura, porém deformando-o inteiramente. Assim, a solução para Wade é se fantasiar e criar um apelido, Deadpool, para sua jornada em busca de vingança. Os X-Men Colossus (voz de Stefan Kapicic)  e Negasonic Teenage Warhead (Brianna Hildebrand) ajudam Wade, na esperança de o recrutarem para o grupo. Do lado do mal, a parceira de Francis/Ajax é Angel Dust (Gina Carano).

Na verdade, a estória é banal. O que vale mesmo são as cenas de lutas muito bem produzidas, alternando slow motion com cenas mais rápidas com muitos cortes, que não chegam a desnortear o espectador, e, mais que tudo, as interferências cômicas inesperadas. Quando menos se espera, Ryan Reynolds fala diretamente para o espectador, ou solta piadas metalinguísticas, como “Ryan Reynolds não foi escolhido por ser um bom ator” ou “Essa mansão toda só para dois X-Men? Os produtores não tinham dinheiro para contratar os outros?”. Até mesmo no tenso momento do confronto final, há uma pausa romântica e brega que inclui até animação, quebrando totalmente a expectativa.

Piadas pesadas

Ou seja, há muita violência, milhares de palavrões e a maior parte das piadas está relacionada a sexo. E, piadas pesadas, como se costumava chamá-las. Tudo isso atingiu em cheio o público-alvo, tanto que o filme já arrecadou USD 490 milhões mundialmente. Um enorme sucesso.

E isso prova que alguns riscos tomados valeram a pena. Ryan Reynolds já havia interpretado um super-herói, o protagonista de “Lanterna Verde” (Green Lantern, 2011), um tremendo fracasso, mas foi a escolha coerente, pois ele havia encarnado Wade em “X-Men Origens: Wolverine” (X-Men Origins: Wolverine, 2009).  Por outro lado, Tim Miller nunca tinha dirigido um longa metragem antes, esta é sua estreia.

Coadjuvantes

Como curiosidade, Morena Baccarin, a namorada do herói, é carioca, mas se mudou para Nova York aos dez anos. É provável que você a tenha visto antes, porque ela possui uma extensa carreira na TV, com papéis em séries, como a do outro herói mascarado “Flash” (2014-2016). Já Gina Carano, a atriz que faz a vilã Angel Dust é ex-campeã de MMA, foi lançada como protagonista, vide “A Toda Prova” (Haywire, 2011), mas deixou a oportunidade escapar. E, aqui, está bem mais fortona, o que pode restringir sua carreira a papéis como esse.

“Deadpool” erra apenas ao seguir a moda de exagerar nos efeitos de computação gráfica na sequência final, onde um enorme transatlântico abandonado é detonado. Nada contra os efeitos, o problema é que esse exagero torna a cena mais artificial ainda. Enfim, o filme deu certo por sair da mesmice, por acreditar no extremismo das intervenções cômicas. E, claro, “Deadpool 2” já foi anunciado para 2017.

___________________________________________

Ficha técnica:

Deadpool (2016) 148 min. Dir: Tim Miller. Rot: Rhett Rheese and Paul Wernick. Com Ryan Reynolds, Ed Skrein, Morena Baccarin, Brianna Hildebrand, Gina Carano, Karan Soni, Michael Benyaer, Stefan Kapicic, Style Dayne, Kyle Cassie, Taylor Hickson, Randal Reeder, T.J. Miller, Isaac C. Singleton Jr., Emily Haine, Jed Rees, Hugh Scott, Aatash Amir, Leslie Uggams, Stan Lee, Rachel Sheen, Rob Hayter, Greg LaSalle.

Assista: Tim Miller fala sobre “Deadpool”

Onde assistir:
Deadpool (filme)
Deadpool (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo