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Maestro (filme)
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Maestro

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Maestro é o segundo filme que o ator Bradley Cooper dirige. Novamente, um musical protagonizado por ele mesmo. Pode ser um indício de uma especialização no gênero, o que o futuro confirmará ou não. O que já se pode constar é sua evolução como diretor. Sua estreia na função, em Nasce Uma Estrela (A Star Is Born, 2018), não parecia promissora. Com câmera na mão e imagens trêmulas, seu filme parecia um registro dos bastidores da turnê de uma banda musical.

Já a primeira cena de Maestro chama a atenção para essa evolução de Bradley Cooper como diretor. Mas não por causa da fotografia em preto e branco que, mais do que distinguir os eventos do passado (o que não era necessário, pois as aparências dos protagonistas bastam para essa diferenciação) parece uma imposição da produtora, a Netflix, que pensa que o p&b é sinônimo de prestígio. Roma (2018), Mank (2020), Malcolm & Marie (2021), etc. são provas disso.

Voltando à cena em destaque, a câmera fixa filma no escuro algo que se assemelha à cortina de um palco. Porém, um telefone toca e um jovem Leonard Bernstein (Cooper) atende e olha através da cortina. Não é um palco, mas a janela do apartamento que ele divide com seu namorado, que se deita ao seu lado na cama. A voz de Bernstein transmite entusiasmo – pela primeira vez na vida, ele será o regente de uma orquestra diante do público. Em seguida, a câmera se move em acrobacias típicas dos filmes musicais, e liga metaforicamente o apartamento com os bastidores do Carnegie Hall, palco de sua estreia triunfal.

Salvo pelo melodrama

Outros números musicais azeitam essa primeira metade do filme. Nela, a narrativa se concentra principalmente no início e na evolução do relacionamento entre Bernstein e Felicia (Carey Mulligan). Mas esses personagens são pouco atraentes, apesar da capacidade de os dois atores encarnarem os retratados. Mesmo o amor entre eles soa frágil, pois o maestro não esconde sua homossexualidade e a sua esposa sufoca seu descontentamento.

A segunda parte de Maestro acompanha os dois mais maduros. A fotografia assume as cores, mas a maior distinção é a transformação de Bernstein, que parece outra pessoa, até a voz fica diferente. A fama o tornou uma pessoa afetada, cada vez mais centrado em si e menos preocupado com Felicia. Ou seja, se ele não era atraente, agora beira o detestável. E o filme sofre com isso, ao mesmo tempo em que a direção opta por endurecer o drama. Por exemplo, a forte discussão entre Bernstein e Felicia acontece com a câmera fixa, longe dos personagens.

O filme se recupera, e atinge seu melhor momento perto da parte final. É quando começa o melodrama por causa da doença de Felicia. Então, Bernstein se humaniza ao mostrar todo o seu amor e se dedicar à mulher que o acompanhou durante a maior parte de sua vida. Aí Bradley Cooper comprova sua evolução como diretor, em especial no momento da perda. Cooper filma esse trecho em silêncio, com a visão da janela do quarto de Felicia, no seu sobrado. Lá embaixo, as reações da família. É difícil não se emocionar, e esse final eleva a narrativa a um ponto que ainda não havia alcançado até então, salvando Maestro de ser uma experiência insossa.   

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Ficha técnica:

Maestro | 2023 | 129 min | EUA | Direção: Bradley Cooper | Roteiro: Bradley Cooper, Josh Singer | Elenco: Carey Mulligan, Bradley Cooper, Matt Bomer, Vincenzo Amato, Greg Hildreth, Michael Urie, Brian Klugman, Nick Blaemire, Mallory Portnoy, Sarah Silverman, Maya Hawke.

Distribuição: Netflix.

Assista ao trailer aqui.

Onde assistir:
Maestro (filme)
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