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Uma Segunda Chance Para Amar (filme)
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Uma Segunda Chance Para Amar

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Se Frank Capra ainda estivesse vivo, Uma Segunda Chance Para Amar seria um filme que ele gostaria de dirigir. Apesar de o trailer o vender como um drama romântico, a história se apoia na transformação de seu personagem principal.

Kate (Emilia Clarke), uma mulher egoísta, só pensa em si mesma, até conhecer Tom (Henry Golding), um homem totalmente altruísta. Então, a trama se parece muito com os dramas edificantes de Capra, como A Felicidade Não se Compra, de 1946, no qual o personagem de James Stewart descobre como ele é importante quando vê como seria a vida das pessoas que conhece se ele não tivesse existido.

O prólogo mostra Kate, ainda menina, fazendo o que mais gosta, que é cantar. Dezoito anos depois, o brilho em seus olhos se apagou. Ela saiu da casa dos pais, porque não aguenta mais sua mãe pegajosa, interpretada comicamente por Emma Thompson. Mas não tem onde morar, então fica pedindo favores a quem conhece para poder passar a noite na casa delas, ou simplesmente arruma um cara para transar e assim dormir com ele. E Kate ainda bebe, e demais!

Kate ganha um pequeno salário como vendedora em uma loja de enfeites de natal, porém, é uma péssima funcionária. Para sorte dela, sua patroa Santa (Michelle Yeoh) possui muita tolerância em relação às suas falhas. Mas sua situação piora ainda mais quando seu descuido leva ao roubo da loja e ela briga com sua irmã.

A única coisa boa da recente vida de Kate foi conhecer Tom, que é a bondade em pessoa. Sem que ela perceba, ele a ensina, pelo exemplo, como ser melhor. Mas ele possui um segredo que impede que eles possam ter um relacionamento duradouro.

Paul Feig sem grosserias

Dirigido por Paul Feig, um especialista em comédias, Uma Segunda Chance Para Amar é uma boa surpresa por não buscar o humor fácil e até grosseiro de suas obras anteriores (Missão Madrinha de Casamento, A Espiã Que Sabia De Menos, etc), e por também não seguir o caminho das fórmulas batidas do gênero romântico. O filme possui humor, sim, mas não vulgar, e que não provoca gargalhadas, mas sensível e que leva a sorrisos. Grande parte desse (bom) humor vem da inusitada fonte que inspirou a também atriz Emma Thompson e Bryony Kimmings a escreverem o seu roteiro.

O roteiro se baseia na música “Last Christmas”, escrita por George Michael e lançada por sua banda Wham! em 1984. E muito do humor do filme vem das canções de George Michael e outras da época espalhadas pela sua duração. Para você ter uma ideia, o toque do celular de Kate para as insistentes ligações da sua mãe é “She Drives Me Crazy”, do Fine Young Cannibals.

Paul Feig conseguiu a interpretação adequada de Emilia Clarke, que carrega o filme nas costas. A protagonista Kate poderia facilmente cair na caricatura, uma mulher que é um zero à esquerda e pisa em todo mundo. Mas, não, a Kate de Emilia Clarke pode ser qualquer um de nós, quando passamos por alguma fase mais difícil em nossas vidas que nos faz perder a confiança em nós mesmos e por isso descontamos nos outros. E a ex-rainha dos dragões da série Game of Thrones até canta – e parece comprovar que poderá seguir carreira pós-GOT.

Fantasia

Como nos filmes de Capra, Uma Segunda Chance Para Amar entra na fantasia para poder transmitir sua mensagem. É a liberdade poética que a história toma emprestada a fim de construir a transformação de sua protagonista, que aprenderá a se amar e a ajudar o próximo. Além disso, está presente o recado para a intolerância em geral das pessoas, em relação a xenofobismo, diferença racial e homofobia. Se eram temas importantes na década de 1940, continuam tão necessários atualmente.

Uma Segunda Chance Para Amar é mais que uma história romântica. É um bom remédio para quem só reclama da vida.


Uma Segunda Chance Para Amar (filme)
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