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O Mistério do Farol (filme)
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O Mistério do Farol

Avaliação:
5.5/10

5.5/10

Crítica | Ficha técnica

O Mistério do Farol apresenta uma hipótese possível para o misterioso desaparecimento de três faroleiros na ilha de Flannan. O evento aconteceu em dezembro de 1900 nesse local completamente isolado no mar ao nordeste da Escócia.

Esses três desafortunados representam fases distintas de amadurecimento. Thomas (Peter Mullan) tem uns 60 anos de idade e 25 nessa profissão. James (Gerard Butler) está na casa dos 40, e o inexperiente Donald possui uns 20 anos. O jovem parece inapto para essa função, pois já no trajeto de barco até a ilha passa mal e vomita. Para piorar, Thomas e James não têm muita paciência com ele, o que logo causa atritos no grupo. Inclusive, embates físicos. Imagine, então, como essa situação se sustentará por seis semanas, prazo do turno deles.

Antes que o isolamento agrave o conflito entre os três faroleiros, algo inesperado acontece. Eles encontram um náufrago moribundo com um baú de madeira que, eles descobrem posteriormente, contém barras de ouro. Após a morte do viajante, e várias discussões, eles resolvem manter o baú para eles – numa curiosa alusão a um dos títulos originais do filme, “Keepers”, ou “Mantenedores”, como são chamados os faroleiros. Então, a já abalada paz se transformará em pesadelo real, pois outros homens aportarão na ilha atrás desse tesouro. Por fim, o arrependimento enlouquecerá esses trabalhadores.

O outro farol

O Mistério do Farol convida à comparação com O Farol (The Lighthouse), de Robert Eggers, lançado apenas um ano depois. O ambiente é similar, principalmente, nas cenas internas na cozinha do farol, onde acontecem as conversas, e os conflitos, dos faroleiros. Ademais, o isolamento sufocante provoca alterações comportamentais que tornam os homens mais agressivos, nos dois filmes. Além disso, em ambos, os mais jovens sofrem com o assédio moral dos mais experientes.

No entanto, a abordagem nas duas narrativas se distancia conforme a história transcorre. Aliás, conforme era esperado diante do perfil dos seus diretores.  O dinamarquês Kristoffer Nyholm, de O Mistério do Farol, é um calejado diretor de séries para a TV. Ou seja, acostumado a trabalhar pragmaticamente em produções rápidas. Enquanto isso, o estadunidense Robert Eggers estreou na direção de longas com o terror estilizado de A Bruxa (The Witch, 2015).

Com isso, o farol de Eggers mira o filme artístico, enquanto o de Nyholm o entretenimento. Portanto, ao invés das inquietantes provocações interpretativas de O Farol, em O Mistério do Farol a tragédia resulta claramente da ambição que enlouquece os seus protagonistas.

Qual o melhor farol?

Porém, nenhum dos dois filmes consegue ser mais do que medianos. Kristoffer Nyholm, no início, parece até cair no erro de realizar algo com mais estilo, e movimenta desnecessariamente a câmera na sequência antes do embarque dos três faroleiros. Posteriormente, o diretor emprega esse recurso com mais propriedade na luta entre James e Donald. E escolhe melhor ainda quando opta pela elipse no trágico incidente que Thomas só testemunha pelos seus ouvidos, através da porta.

Enfim, nesse embate entre os dois faróis, tem uma pequena vantagem o filme de Nyholm, por não se perder nas tentações do estilo pelo estilo, pecado tão grave quanto o dos personagens de seu filme, que se deixam levar pela ambição.   

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Ficha técnica:

O Mistério do Farol | The Vanishing / Keepers | 2018 | Reino Unido | 107 min | Direção: Kristoffer Nyholm | Roteiro: Celyn Jones, Joe Bone | Elenco: Peter Mullan, Gerard Butler, Connor Swindells, Emma King, Gary Lewis, Ken Drury, Gary Kane, Søren Malling, Ólafur Darri Ólafsson.

Onde assistir:
O Mistério do Farol (filme)
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