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O Último Metrô (filme)
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O Último Metrô

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

“O Último Metrô” concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro e venceu vários prêmios, entre eles o César de melhor filme. Ainda assim, é um dos menos pessoais da carreira de François Truffaut e, por isso, inferior a suas obras primas.

A estória se passa em Paris, em 1942, quando a França já completava dois anos de ocupação nazista. Marion Steiner (Catherine Deneuve) é obrigada a assumir a administração do Teatro Montmartre. Na verdade, ele pertence ao seu marido Lucas (Heinz Bennent), mas ele precisa se esconder no porão do estabelecimento, por ser judeu. A produção contrata o ator de vaudeville Bernard Granger (Gérard Depardieu) para atuar na peça que entrará em cartaz. Mulherengo, ele tentar conquistar duas das garotas que trabalham no teatro, mas se mantém distante de Marion. Mesmo assim, uma súbita paixão envolverá os dois. Enquanto isso, paira o perigo de descobrirem Lucas ser descoberto e de cancelarem a peça, que recebeu duras críticas de Daxiat (Jean-Louis Richard) no jornal da cidade.

Autoria de Truffaut

Formalmente, “O Último Metrô” apresenta algumas das características costumeiras de François Truffaut. Por exemplo, a narração que abre e fecha o filme, situando o espectador sobre o que ele assiste. Da mesma forma, os créditos finais também são marca registrada do diretor francês. Ele costuma colocar praticamente todo o elenco, até aqueles em papéis pequenos, na tela, junto com uma imagem sua no filme.

Além disso, as presenças de seus recorrentes colaboradores, o fotógrafo Nestor Almendros e o compositor Georges Delerue, garantem também uma proximidade com outras produções de sua filmografia. A belíssima trilha sonora, aliás, merece destaque especial.

Contudo, Truffaut não demonstra em “O Último Metrô” aquela paixão cinéfila que enriqueceu vários de seus filmes maravilhosos, principalmente “A Noite Americana” (1973), que revelava os bastidores de uma produção cinematográfica. Talvez porque desta vez o tema é o teatro e não o cinema. Então, Truffaut é incapaz de inserir detalhes rotineiros por trás das cortinas, que só quem vivenciou muito o teatro poderia fazer, como ele fez com tanta paixão e naturalidade no filme de 1973.

Filme de época

Além disso, “O Último Metrô” se trata de um filme de época, e a história acaba por se transformar em um limitador da liberdade criativa dos roteiristas Truffaut e Suzanne Schiffman. Explora-se o clima de suspense decorrente da ocupação nazista nos encontros de Bernard com um membro da resistência e na vistoria que os alemães fazem no porão do teatro. Isso tudo acaba esmagando para o terço final do filme o assunto que Truffaut mais domina e que adora levar para as telas: o amor. Afinal, Bernard e Marion só se relacionam pessoalmente quando o filme está na reta final, deixando pouco espaço para que essa paixão aflore na tela.

No entanto, é claro que estamos diante de um filme bom, pois à sua frente está um dos mais talentosos diretores do cinema mundial. Pena que, em “O Último Metrô”, Truffaut deixe de lado justamente o que ele sempre defendeu como expoente da nouvelle vague e como crítico da Cahiers du Cinéma: o cinema de autor.


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