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Pinóquio de Guillermo del Toro
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Pinóquio por Guillermo del Toro

Avaliação:
7.5/10

7.5/10

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Crítica | Ficha técnica

Pinóquio por Guillermo del Toro consegue a façanha de se desvencilhar do filme clássico da Disney, que neste ano lançou uma versão repaginada. O cineasta especialista no universo fantástico imaginou um visual totalmente novo para o personagem principal. Assim, Pinóquio está mais parecido com um boneco de madeira, apresentando os sulcos e demais características de um objeto entalhado. Já outras criaturas ganham toques mais monstruosos, como o Grilo Falante e o macaco, e principalmente a fada, que parece saída diretamente de O Labirinto do Fauno (El Laberinto del Fauno, 2006).

A técnica de animação, em stop motion, está a cargo de Mark Gustafson, que já mostrou sua genialidade antes em O Fantástico Sr. Raposo (Fantastic Mr. Fox, 2009), de Wes Anderson. Desta vez, o resultado é parcialmente deslumbrante. O stop motion faz uso de modelagem, portanto, funciona perfeitamente para o boneco Pinóquio. No entanto, faz os outros personagens, até os humanos, parecerem um pouco com bonecos, um efeito que certamente não foi planejado pelos realizadores.

Um Pinóquio politizado

Mas, fora o aspecto visual, Guillermo del Toro mexe no tema do tradicional conto italiano de Carlo Collodi. Enquanto a versão da Disney, bem como a maioria das demais adaptações dessa estória para o cinema, explora a questão de Pinóquio ser um bom menino, de ser obediente, este filme toca no fascismo. Ou seja, ser obediente aqui já não é uma qualidade incontestável. Ao invés daquele mundo sedutor dos prazeres fáceis, desta vez o erro é seguir cegamente os ditames do militarismo do Il Dulce. Os burros que resultavam da transformação dos meninos que se deixavam seduzir pelos doces e travessuras do filme da Disney agora são os frutos dessa obediência cega.

Mas enquanto Pinóquio por Guillermo del Toro deslumbra pelo visual e provoca com questões politizadas, por outro lado tem dificuldade de envolver emocionalmente o espectador. As canções que os personagens cantam são fracas, por isso é um alívio que sejam poucos os trechos musicais. E a relação entre Pinóquio e Gepeto não apresenta o desenvolvimento suficiente para obter o apelo dramático que necessita. Na verdade, o enredo trabalha melhor a perda do filho real de Gepeto, vítima dos bombardeios da guerra.

Entre as quatro produções sobre esse conto italiano lançadas nos últimos dois anos, podemos dizer que as duas melhores são essa de Guillhermo del Toro e aquela live action com Roberto Begnini. O remake da Disney também agrada. Só não vale a pena aquela versão russa.

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Ficha técnica:

Pinóquio por Guillermo del Toro | Guillermo del Toro’s Pinocchio | 2022 | 117 min | EUA, México, França | Direção: Guillermo del Toro, Mark Gustafson | Roteiro: Guillermo del Toro, Patrick McHale | Vozes de Gregory Mann, Ewan McGregor, Ron Perlman, Finn Wolfhard, Cate Blanchett, David Bradley.

Distribuição: O2 Play / Netflix.

Trailer:
Pinóquio (2022)
Onde assistir:
Pinóquio de Guillermo del Toro
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