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Sangue e Ouro (filme)
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Sangue e Ouro

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

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Crítica | Ficha técnica

A recepção entusiasmada de Nada de Novo no Front (Im Westen nichts Neues, 2022), de Edward Berger, deve atrair a atenção para este outro filme de guerra alemão da Netflix. Pelo menos, é o que espera a empresa de streaming. E os seus assinantes que começam a assistir Sangue e Ouro (Blood & Gold) talvez encontrem uma ou outra semelhança no início do longa. Embora a guerra desta vez seja a Segunda Guerra Mundial, e não a primeira, a violência das mutilações marca similar presença na tela, em especial pelo pedaço de orelha que voa pelos ares ao ser atingido por um tiro. Porém, as afinidades não vão muito além. Na verdade, a violência faz parte também de outro gênero, o faroeste, e é esta mistura que o diretor Peter Torwarth procura aqui. Ou seja, um filme de guerra realizado como se fosse um western.

A história se passa na Alemanha, na primavera de 1945. Os aliados já começam a ocupar o território dos alemães e a vitória dos Aliados é só uma questão de tempo. Apesar disso, o tenente-coronel nazista Von Starnfeld (Alexander Scheer) se mantém fiel a Hitler. Por isso, faz de tudo para cumprir sua missão de recuperar barras de ouro de uma família judia na pequena cidade de Sonnenberg. Mas terá que enfrentar o soldado desertor Heinrich (Robert Maaser) e a fazendeira Elsa (Marie Hecke), ambos com motivos para se vingarem de Von Starnfeld. Além disso, o prefeito e seus amigos amorais, alheios a qualquer ideologia, querem mesmo é enriquecer com esse tesouro escondido.

Faroeste + guerra

Já no final do prólogo surgem evidências da intenção de Peter Torwarth de filmar essa história de guerra como se fosse um faroeste. Uma delas é a presença da forca, meio nada usual para executar o desertor em períodos de guerra. A trilha sonora também parece saída de um western, principalmente quando surgem trechos tocados na harmônica. Da mesma forma, alguns enquadramentos são típicos daquele gênero. Por exemplo, os tiros que o exímio pistoleiro Heinrich acerta nos nazistas à distância, alguns até através de janelas.

A trama, então, revisita vários padrões do Velho Oeste. Assim, temos a cidadezinha do interior com um prefeito nada confiável que é dono de um bar e restaurante (equivalente aos saloons americanos). Os nazistas, por sua vez, fazem as vezes do latifundiário com uma turma de pistoleiros que invade a fazenda de Elsa para lhe tomar suas provisões. Ademais, o próprio Heinrich é uma variante do Shane de Os Brutos Também Amam (1953), o estranho que ajuda uma família de fazendeiros contra seus opressores. A diferença, porém, é que, como sinal dos tempos, Elsa não é a mocinha indefesa. Pelo contrário, ela luta e pega em armas para ajudar Heinrich.

Sátira

Todos esses aspectos acima elevam Sangue e Ouro à categoria de melhor do que o esperado. No entanto, o filme escorrega nos momentos em que insere o elemento sátira na história. Não funcionam, absolutamente, o uso de canções antigas alemães como contraponto surpresa em cenas de ação. E tampouco a subtrama do grupo de moradores que quer lucrar com o tesouro dos judeus, justamente porque é tratada nesse tom satírico, desviando da aventura séria do restante do filme. Não precisava disso para se destacar, pois a mistura entre faroeste e guerra já garantia um belo resultado.

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Ficha técnica:

Sangue e Ouro | Blood & Gold | 2023 | 98 min | Alemanha | Direção: Peter Torwarth | Roteiro: Stefan Barth | Elenco: Robert Maaser, Marie Hacke, Jördis Triebel, Alexander Scheer, Roy McCrerey, Stephan Grossmann, Simon Rupp, Simson Bubbel.

Distribuição: Netflix.

Onde assistir:
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