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Zola (filme)
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Zola

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

A fonte primária que originou Zola (2020) já antecipa como será o filme. O roteiro se baseia nos tweets de A’Ziah “Zola” King (@_zolarmoon), que contam a louca experiência que ela viveu durante quatro dias no submundo da prostituição em Tampa, na Flórida. Fiel a esse cenário, a diretora Janicza Bravo filma essa história com cortes rapidíssimos, e muitos trechos captados em câmeras de celular. Além disso, as personagens ao redor de Zola (Taylour Paige) parecem estar sempre alucinadas – mesmo sem vermos consumo de drogas na tela. De fato, a protagonista parece ser a única mentalmente sana nesse ambiente.

O enredo parece uma montanha-russa, na qual Zola embarca sem querer. Lembra a jornada pelo Soho madrugada adentro em Depois de Horas (After Hours, 1985), de Martin Scorsese, inclusive pelo seu ritmo frenético. Aliás, a semelhança com o estilo de Scorsese aparece logo no início, quando a personagem principal narra sua história com congelamento da cena e rock dos anos 1950 na trilha.

A trama se inicia quando Zola, uma garçonete que ganha dinheiro extra como pole dancer e stripper à noite, recebe um convite da recém-conhecida Stefani (Riley Keough), para se apresentarem em casas noturnas em Tampa. Porém, chegando lá, Zola descobre que se meteu em um esquema de prostituição, e o perigoso cafetão Johnathan (Nasir Rahim) não está disposto a deixá-la ir embora. Mas, como Zola é muito mais astuta do que a desmiolada Stefani, seu namorado Derrek (Nicholas Braun), e o violento Johnathan, consegue provar que esse negócio pode ser muito mais lucrativo.

Acelerado

O filme Zola não deixa o espectador relaxar. Os eventos se sucedem rapidamente, e os planos curtos parecem ainda mais acelerados com as diversas estilizações que a cineasta Janicza Bravo emprega. Esses recursos, quando não conectados com o tema do filme, parecem apelatórios. Porém, como aqui tudo gira em torno de redes sociais e um ambiente com pessoas ligadas no 220v, eles se encaixam naturalmente. Até o humor tem espaço no longa, na figura de Derrek, o namorado praticamente acéfalo de Stefani. Além disso, a violência sempre está à espreita, seja pelas ameaças do cafetão, ou pelos inimigos que surgem na trama.

Diretora de episódios de séries, e do longa-metragem Lemon (2010), Janicza Bravo mostra que conhece as linguagens audiovisuais atuais dessa geração que vive online.

Elenco

A atriz Taylour Paige despontou com outro papel de dançarina, na série Hit the Floor (2013-2016). Porém, os papéis importantes no cinema surgiram em 2020, como essa personagem principal Zola, e, também como coadjuvante em A Voz Suprema do Blues (Ma Rainey’s Black Bottom), da Netflix. Sua atuação como Zola, a única personagem sensata no filme, convence – além de apresentar difíceis números de dança na barra de pole.

Ao seu lado, Riley Keough resgata a imagem que construiu no filme Docinho da América (American Honey, 2016). A atriz vem acumulando uma carreira diversificada e prolífica, com filmes como: A Casa que Jack Construiu (The House that Jack Built, 2018), O Chalé (The Lodge, 2019) e O Diabo de Cada Dia (The Devil All the Time, 2020). Desta vez, imprime uma atuação que soa exagerada, provavelmente a pedido da diretora, mas que faz jus a essa personagem perdida em uma vida tresloucada.

Assistir a Zola pode ser uma experiência extenuante. Afinal, reflete os dias de loucura que a protagonista vivenciou em 2015. Por pouco, seus tweets não representaram seus últimos vestígios em vida.


Zola (filme)
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