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Halloween Ends (filme)
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Halloween Ends

Avaliação:
7.5/10

7.5/10

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Crítica | Ficha técnica

Halloween Ends encerra honrosamente a longeva franquia iniciada em 1978 com Halloween: A Noite do Terror (Halloween). Até por ser o 13º filme (e ainda estrear no dia 13 de outubro no Brasil), merece mesmo ser o último. Encerra também a trilogia produzida pela Blumhouse, que trouxe Jamie Lee Curtis de volta. O primeiro dessa trinca, Halloween (2018) é muito bom, mas o segundo, Halloween Kills (2021), comete muitos erros que traem os fãs. O mesmo David Gordon Green desses dois filmes anteriores dirige essa conclusão, que habilmente evita repetir essas falhas.

Em Hallowen Ends, um prólogo apresenta uma tragédia que acontece um ano após os eventos de Halloween e Halloween Kills. Já de cara desperta o interesse por trazer um babá masculino, evitando os clichês do gênero slasher. Esse não foi o único evento trágico que aconteceu em Haddonfield após o retorno do assassino em série Michael Myers, como aponta o rádio local. Por isso, esse trecho é essencial para justificar um dos temas do filme, que lida com os efeitos da comunidade (aqui vista como maldosa) sobre as pessoas. Nesse sentido, Laurie (Jamie Lee Curtis) sofre porque todos a tratam como culpada pela volta de Myers. Já o novo personagem que surge nessa introdução, Corey (Rohan Campbell), é psicologicamente instável. Isso porque a população o vê como criminoso, mesmo que tenha sido julgado inocente. Aliás, nós como espectadores fomos testemunhas de que a morte foi um acidente.

Outros temas

A trama começa mesmo nos dias de hoje, quando Corey já é um jovem adulto. Ele se envolve romanticamente com Allyson (Andi Matichak), a neta de Laurie. Mas a conexão de Corey com Michael Myers será mais direta. O encontro parece levar a história para um longe do mito desse serial killer, mas acaba se resolvendo satisfatoriamente. Acima de tudo, o que importa é que Myers despertará o mal dentro de Corey, vítimas de acusações falsas sobre o incidente do prólogo, e ainda de uma mãe irracionalmente protetora. Outra impressão falsa é que pensamos que isso poderá ser um gatilho para novas sequências da franquia, mas felizmente o filme traz uma conclusão honrosa que é definitiva.

Halloween Ends também levanta o tema da imprensa que espalha fake news para ganhar audiência. Isso se materializa na voz do locutor de rádio da cidade, presente desde os primeiros minutos do filme. O inconsequente DJ reforça a ideia de que Laurie trouxe o mal de volta para a cidade e, também, denigre a imagem do jovem Corey. Isso influencia os moradores que agridem Laurie, Corey e Allyson verbalmente (e no caso do rapaz fisicamente também), mas desta vez o filme não cai no erro de fazer apologia ao linchamento. No lugar disso, a comunidade assistirá Laurie se livrando de Myers.

A trama ainda encontra espaço para levantar a bandeira contra o assédio sexual e moral no trabalho. Afinal, Allyson também precisaria de um motivo forte para também ser seduzida pelo mal. Além das provocações da comunidade por ela ser neta de Laurie, ela sofre assédio do seu chefe e, também do seu ex-namorado. É o suficiente para acreditarmos que ela tem muita raiva sufocada dentro de si.

Um final classudo

O diretor David Gordon Green é conhecido pelos filmes Especialista em Crise (Our Brand Is Crisis, 2015), com Sandra Bullock, e O Que Te Faz Mais Forte (Stronger, 2017), com Jake Gyllenhaal. Na franquia Halloween, tem na sua conta um filme bom e outro ruim. Halloween Ends coloca essa balança a seu favor. Além de contar com um roteiro melhor, seu trabalho também é positivo. Embora abuse dos cortes sincronizados com algum movimento (geralmente violento) do personagem, comunica precisamente a narrativa em cenas cruciais. Por exemplo, quando Corey já está definitivamente incorporado pelo mal, Laurie o vê observando sinistramente sua casa, para logo depois sumir, tal como faz Michael Myers no filme original.

Além disso, filma com vários cortes rápidos a dança na qual o rapaz fica embriagado de paixão por Allyson, culminando depois na justaposição dos rostos dos amantes deitados na cama, revelando que eles se amam. Mas incomoda que o bully que provoca Corey seja muito mirrado em comparação com a sua vítima, que parece fisicamente muito superior. Já o enfrentamento entre Corey e Myers é aceitável, pois o velho assassino está com idade avançada. Porém, Michael Myers aparece pouco nesse filme, o que pode gerar reclamações por parte dos fãs. Aqui, ele quase vira um improvável mentor.

Outro senão que chama a atenção é o trecho em que a vítima fecha a porta de vidro na mão do assassino, lembrando mais o toque de humor de Pânico (Scream, 1996) do que esta franquia. Por outro lado, o filme não abusa dos jump scares e traz a dose certa de gore, que aumenta gradativamente até o assombroso destino reservado a Michael Myers. No ponto certo, pois parece mesmo ser o final definitivo, como nos faz crer o encerramento classudo sem pistas para o ressurgimento do serial killer.


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