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Jessica Jones (série)
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Jessica Jones – Temporada 1

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Após um evento traumatizante, Jessica Jones restringe seus superpoderes ao auxílio de seu trabalho como investigadora particular. Atormentada pela sua consciência, busca refúgio na bebida, mas seus fantasmas retornam à sua vida real. A única solução é enfrentá-los.

A série de 13 epísódios começa promissora. Há um perfeito casamento entre a personagem principal e a atriz Krysten Ritter. Ela é conhecida na telinha por suas participações em “Breaking Bad”, “Gravity” e “Apartment 23”. Ao contrário de ser um rostinho bonitinho no padrão loirinha americana, como a Melissa Benoist de “Supergirl” (2015), Ritter possui semblante duro e se encaixa na heroína afundada em problemas mentais, revoltada e desgostosa com a vida. Seu uniforme não é uma malha justa com cores vivas, mas uma calça jeans desbotada e surrada e a primeira camiseta que estiver à mão.

Os três primeiros capítulos apresentam Jessica Jones, seus aliados e seu inimigo, que a derrotou recentemente e provocou sua crise. O ator David Tennant, que já viveu o protagonista de “Doctor Who” em 2009, interpreta o odioso Kilgrave, que usa seus poderes de controle mental para satisfazer seus cruéis desejos pessoais. Diante dele, Jessica Jones se sente impotente.

Conhecemos a irmã por adoção de Jessica Jones, Trish Walker (Rachael Taylor, da temporada de 2011 de “Grey’s Anatomy”). Outro ser dotado de superpoderes aparece em cena, Luke Cage, com quem Jessica tem um tórrido relacionamento.

Espiral

A partir dos episódios seguintes, contudo, o roteiro entra em espiral. Assim, fica muito tempo rodando sem sair do lugar, e, pior, desafiando o bom senso e desprezando a inteligência do espectador.

Jessica Jones, durante a série, acaba tendo várias oportunidades de aniquilar seu inimigo, o que pareceria lógico, diante de seu desespero e raiva. Porém, sempre algo a faz decidir por deixá-lo escapar, por razões pouco convincentes. Como a proteção de uma de suas vítimas, ainda que isso acabe gerando mais vítimas ainda.

Alguns fatos geram revolta de quem assiste. Por exemplo, após mostrar por duas vezes o pendrive laranja que contém segredos, os autores resolvem mostrar um flashback para evidenciar que o pendrive que aparece em uma nova cena é aquele que já foi visto antes, subestimando o espectador. Tal recurso é comum em seriados semanais em TV aberta, mas desnecessário em um modelo de streaming, onde se pode fazer binge watching.

Além disso, fica mal explicado o motivo de Jessica Jones recorrer aos pais do vilão para força-lo a se incriminar – mais um exemplo de rodear ao invés de ir diretamente ao ponto. E, ainda, o vilão resolve então usar o pai para aumentar seu poder.

Humor desnecessário

A tentativa de inserir humor não funciona. Mal colocadas, as piadas soam sem graça, como na sequência abaixo:

Jessica Jones- Até quando? Até eu chegar em casa e encontrar (…) você morta com meu aspirador de pó atravessado no seu corpo?

Trish Walker: Nós duas sabemos que você não tem aspirador de pó.

“Jessica Jones” caiu nas mãos apelativas de Melissa Rosenberg, criadora do seriado cujo currículo inclui a saga “Crepúsculo”. Daí talvez venha o desperdício de um material tão promissor.

Nos últimos episódios, se confirma as desconfianças de que pode haver um crossover com a série “Demolidor” (Daredevil, 2015), que já ganhou a segunda temporada. Jessica Jones ainda não conseguiu tal feito, mas encontrará o super-herói cego em “Os Defensores” (The Defenders), prometido para 2016, além de Luke Cage e Iron Fist.

Por fim, no epílogo da primeira temporada, Jessica Jones garante apenas um novo par de jeans.


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