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John Wick 3: Parabellum (filme)
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John Wick 3: Parabellum

Avaliação:
7.5/10

7.5/10

Crítica | Ficha técnica

O primeiro, John Wick: De Volta ao Jogo (John Wick, 2014), marcou a estreia na direção do experiente dublê Chad Stahelski. Tinha um enredo bem simples e cenas de ação de tirar o fôlego. O segundo, John Wick: Um Novo Dia para Matar (John Wick: Chapter 2, 2017), embora escrito pelo mesmo Derek Kolstad, tornou a trama mais complexa. Porém, o filme ficou com cara de vídeo game, por causa de sua estrutura com níveis a superar e mortes a rodo. Já este terceiro, John Wick 3: Parabellum (John Wick: Chapter 3 – Parabellum) reúne o melhor da franquia: muitas lutas corporais no estilo artes marciais, extremamente bem ensaiadas (o diretor Stahelski deve ter isso como prioridade por conta de sua especialidade) e uma trama que rende até uma interpretação sobre metáforas críticas contra a burocracia (uma decisão de um servidor pode arruinar a vida de uma pessoa) e contra a lealdade cega.

Como games de FPS

Para quem gostou da similaridade das cenas de tiroteio com games FPS (de tiros em primeira pessoa) do segundo filme, John Wick 3: Parabellum presenteia com a sequência em que John Wick (Keanu Reeves) e Sofia (Halle Berry) precisam escapar de uma mansão em Casablanca. Mas, para quem não aprecia essa apropriação, resta o inusitado emprego de ferozes cães nesse embate. Aliás, mais inusitado ainda é o uso de coices de cavalos em uma cena que lembra a esperteza dos personagens de Terence Hill nas produções italianas da década de 1970.

O enredo novamente se inspira na estrutura de games. Devido aos eventos do filme anterior, John Wick se torna um “excomunicado” na poderosa organização à qual ele voltou a prestar serviços. Em outras palavras, há um prêmio por sua cabeça. Por isso, seu objetivo é chegar até o alto escalão do grupo para pleitear o cancelamento desse status. Assim, ele passa por várias etapas, como os níveis dos jogos eletrônicos.

Artes marciais e cinema japonês

Mas a maior qualidade de John Wick 3: Parabellum está na sua aproximação com o cinema japonês e das artes marciais. E, obviamente, isso não resulta do fato de Keanu Reeves ter estrelado a fraca versão americana de 47 Ronins (47 Ronin, 2013).

As lutas marciais surgem logo no início, quando John Wick enfrenta um oponente gigante, lembrando Bruce Lee em Jogo da Morte (Game of Death, 1978). E também porque lutadores de Chinatown em Nova York participam de várias lutas. Além disso, o filme lida com os princípios da honra e lealdade (aqui transformado em fidelidade), que as armaduras samurais em exposição na parte final confirmam essas referências.

Essa parte final, aliás, traz o estilo elaborado de Seijun Suzuki. O cenário onde ocorrem os embates de John Wick contra lutadores japoneses (que reverenciam esse adversário que virou mito) reúne vidros e espelhos, além de um painel de led gigante ao fundo. Lembra a decoração de filmes como A Vida de um Tatuado (Irezumi Ichidai, 1965), verdadeiros deslumbres visuais.

Mas não bastaria tudo isso se as cenas de lutas não fossem bem coreografadas e filmadas. E, nesse quesito, Chad Stahelski demonstra que já se tornou um diretor de muito talento. Por isso, já tem muitos projetos novos à frente. Além do novo John Wick (John Wick 4: Baba Yaga), também Highlander, alguns filmes que retomam o gênero de ação japonês e outros mais.

Ficha técnica:

John Wick 3: Parabellum | John Wick: Chapter 3 – Parabellum | 2019 | EUA | 130 min | Direção: Chad Stahelski | Roteiro: Derek Kolstad, Shay Hatten, Chris Collins, Marc Abrams |  Elenco: Keanu Reeves, Halle Berry, Ian McShane, Laurence Fishburne, Mark Dacascos, Asia Kate Dillon, Lance Reddick, Tobias Segal, Anjelica Huston.

Distribuição: Paris Filmes.

Onde assistir:
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