A terceira temporada de Stranger Things acelera o ritmo da série. Com isso, acrescenta outra característica spielbergiana à série, que lembra o andamento dos filmes de Indiana Jones. Aliás, convidam o espectador a maratonar todos os capítulos de uma vez.
Porém, ao invés de colocar um cliffhanger no final de cada episódio, a terceira temporada de Stranger Things prefere terminar seus capítulos com uma revelação crescente do perigo monstruoso que está novamente surgindo na pequena cidade de Hawkins. O cliffhanger, aquela situação de risco envolvendo algum personagem importante, sempre está presente, mas não é exatamente com ela que os créditos finais se encerram. E funciona bem dessa forma, porque o novo capítulo retoma justamente essa cena.
Um dos grandes atrativos da série sempre foi a nostalgia pelos anos 1980. A terceira temporada ressalta essa característica inserindo novas referências àquela época, desde a trilha sonora até vários filmes. Por exemplo, De Volta Para o Futuro (Back to the Future, 1985), que inclusive surge nas telas de um cinema onde os personagens se refugiam. Além disso, a construção de um shopping center na cidadezinha do interior norte-americano dá margem para ainda mais referências, aproveitando marcas e produtos que se destacaram naquela década, e ainda permitindo remeter à situação da estória de Despertar dos Mortos (Dawn of the Dead, 1978), de George A. Romero, onde as pessoas se trancam em um shopping para não serem atacadas por zumbis.
Guerra Fria
A estória de Stranger Things – 3ª Temporada coloca novamente os soviéticos como inimigos – afinal, a Guerra Fria era uma ameaça real nos anos 1980. Desta vez, eles querem reabrir o portal que Onze (Millie Bobby Brown) e sua turma fecharam na temporada anterior. A criatura monstruosa da vez é extremamente nojenta, pois é formada por restos de carnes e ossos de pessoas e animais que derretem e se juntam como uma meleca gigantesca.
Outro ponto forte da série Stranger Things são seus personagens, principalmente a garotada que enfrenta a ameaça do mundo além do portal, além dos adultos Joyce Byers (Winona Ryder) e Jim Hopper (David Harbour). Um novo personagem se junta à turma, a esperta Robin (Maya Hawke), colega de trabalho de Steve Harrington (Joe Keery). Os garotos envelheceram e a estória dá umas pausas no ritmo frenético para trabalhar esse amadurecimento, inclusive com os primeiros namoros entre eles – além, claro, de continuar a desenvolver esse lado sentimental dos personagens mais velhos.
Essa ternura que embala os personagens é infalível para fisgar a empatia dos espectadores. Por isso, a perda de um deles é um momento muito sentido, mesmo com tantos protagonistas na estória.
Personagens, ritmo e nostalgia – esses são os ingredientes para essa série de sucesso produzido pela Netflix.
Aliás, não perca a cena pós-créditos, que já serve como teaser para a 4ª temporada. E clique aqui para saber quando estreia a nova temporada.
