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Star Wars: Os Últimos Jedi (filme)
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Star Wars: Os Últimos Jedi

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Star Wars: Os Últimos Jedi, a segunda parte da última trilogia da saga Star Wars, saiu das mãos de J.J. Abrams, diretor do filme anterior, e foi parar nas de Rian Johnson, credenciado para o cargo após o êxito de Looper: Assassinos do Futuro (2012). O novo diretor e roteirista desviou-se do tom nostálgico característico de Abrams e, assim, tornou a história menos previsível, com várias possibilidades em aberto.

A saga continua

Star Wars: Os Últimos Jedi retoma o paradeiro de Rey (Daisy Ridley), na ilha onde Luke Skywalker (Mark Hamill) vive isolado. A garota espera ser treinada pelo mestre Jedi, para usar melhor a Força que ela já sabe que possui. Porém, depois da decepção com seu pupilo Kylo Ren (Adam Driver), que escolheu o lado sombrio, ele reluta em ensinar novamente. Em uma breve, mas marcante aparição, Yoda conscientiza Luke de que ele continua a permitir que suas emoções atrapalhem sua conduta. Esse segmento é longo e um pouco cansativo, mas é fundamental para dar consistência ao amadurecimento de Luke.

Em paralelo, o líder do Império, Snoke (o ator Andy Serkis sob a computação gráfica), maltrata Kylo Ren, por considera-lo imaturo no uso da Força. Enquanto isso, as naves imperiais apontam suas armas para a base rebelde, para aniquilá-los totalmente. Poe Dameron (Oscar Isaac) tenta uma investida arriscada, derruba uma nave inimiga, mas perde muitas vidas aliadas. Leia Organa (Carrie Fisher) é ferida e substituída pela vice-almirante Hodo (Laura Dern), que ordena a prisão de Poe. Então, Finn (John Boyega) e Rose (Kelly Marie Tran) se juntam para desativar a proteção da nave imperial.

Os planos rebeldes parecem fracassar e só lhes resta fugir. Assim, Star Wars: Os Últimos Jedi parece que seguirá o final sombrio de O Império Contra-Ataca (1980), a segunda parte da trilogia intermediária.

Cenas memoráveis

A abertura de Star Wars: Os Últimos Jedi é deslumbrante, e demonstra como o 3D utilizado devidamente proporciona uma experiência singular para o espectador. As batalhas espaciais logo no início demandam a profundidade que esse recurso pode proporcionar, e a produção do filme não deixou escapar a oportunidade. Há ainda outras cenas de ação memoráveis no filme.

Duas das sequências inesquecíveis salvam o roteiro escrito pelo também diretor Rian Johnson. A primeira, quando a personagem de Laura Dern surpreende os inimigos com uma manobra corajosa. A segunda, na cena em que Luke é alvejado pelas tropas inimigas, apresentando uma solução inteligente que mostra o quanto ele amadureceu, e alcança o nível de maestria do Yoda. No geral, as cenas de lutas com o sabre de luz foram muito bem coreografadas e constituem um dos pontos altos do filme, particularmente quando Rey e Kylo lutam na sala de Snoke.

O roteiro, porém, não trabalha bem os personagens. Luke, sobretudo, é despojado de toda a aura de heroi construído nos outros filmes. Finn tem algumas cenas de ação, mas pouco sobre sua personalidade. Outros, como Rose e Holdo, surgem do nada e desaparecem rapidamente. Os únicos que recebem alguma atenção, ainda que não o suficiente, são Rey, Kylo e Poe.

Tensão e humor

Star Wars: Os Últimos Jedi, além disso, alterna momentos tensos com outros de humor, saindo-se melhor no primeiro caso. De fato, poucas cenas de humor provocam risos. Nesse intuito, Poe assume as características de Han Solo: faz piadas, desrespeita as ordens, mas é um excelente combatente. Se a ideia era criar alívios cômicos durante as sequências de ação, pode-se dizer que não funcionou. Algumas chegam a quebrar o clima da ação. Os animaizinhos, os porgs, por exemplo, aparecem exageradamente fofos demais.

Por outro lado, Rian Johnson merece elogio pela ousadia em usar o vermelho vivo na sala do Snoke, remetendo a obras inusitadas do diretor japonês Seijun Suzuki. Como George Lucas inspirou-se em A Fortaleza Escondida para criar o primeiro filme Star Wars, não seria de surpreender que Johnson tenha se inspirado em um filme de Suzuki.

Imprevisível

O maior trunfo de Rian Johnson, no entanto, está na imprevisibilidade da história. Até o final não sabemos se haverá um vencedor no embate, quem morrerá ou sobreviverá, e se os rebeldes manterão viva sua luta. Ou seja, Star Wars: Os Últimos Jedi não repete a sucessão de referências nostálgicas de O Despertar da Força e tira o espectador fanático de sua zona de conforto. Porém, Johnson erra a mão nesse sentido, em alguns pontos. Ele chega a desrespeitar a mitologia criada em Star Wars quando Luke Skywalker joga fora o sabre de luz, uma cena que dói no coração dos fãs. E o enredo insiste em desmistificar a Força, que é o cerne de toda a saga.

Star Wars: Os Últimos Jedi decepciona, é inferior a seu antecessor. Não é tudo o que os fãs esperavam, mas ainda diverte. É até estranho que J.J. Abrams, desta vez como produtor executivo, tenha dado tanta liberdade a Rian Johnson, que fez um filme totalmente diferente do seu estilo. Agora, Abrams terá que quebrar a cabeça para colocar tudo do seu jeito quando começar a dirigir a parte final dessa trilogia.


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