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30 grandes filmes do catálogo da Max

Três rapazes e uma garota no sofá assistindo um filme na televisão.
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Continuando o passeio pelas plataformas de streaming em operação no Brasil, chegou a vez das mais comerciais. Entre elas, começo com a antiga HBO Max, que acabou de se tornar Max (jogando a sigla conhecida por séries adultas como a excelente The Deuce para escanteio).

Com a mudança, alguns filmes saíram do catálogo, mas a lista não foi muito afetada, tirando Gran Torino no agrupamento Clint Eastwood e Dr. Fantástico no agrupamento Kubrick. Como esses filmes podem voltar a qualquer momento, convém pesquisar de vez em quando.

Podemos comemorar que filmes como Rastros de Ódio, Intriga Internacional e Deus Sabe Quanto Amei, entre outros clássicos, estejam disponíveis em uma plataforma que opera no Brasil. Quando pensamos, porém, que a Max tem direito de explorar o catálogo da Warner, estúdio centenário, só podemos lamentar que o façam tão timidamente.

Procurei colocar os filmes que estão em agrupamentos em ordem de preferência dentro deles, ou seja, Intriga internacional é mais importante que Pacto Sinistro, que por sua vez é mais importante que Sabotagem, ainda que os três sejam imperdíveis.

01. Rastros de Ódio (1956), de John Ford

Um dos westerns mais importantes da história, na verdade é um filme que comprova a tolice que é falar “só um western”. Há um mundo em representação aqui, majestosamente filmado pelo diretor dos diretores.

02. Intriga Internacional (1959), de Alfred Hitchcock

+     Pacto Sinistro (1951)

+     Sabotagem (1936)

Dois filmes do chamado período áureo do cineasta, os anos 1950 (que pode ser estendido, dependendo do gosto, até 1963 ou até 1966), e um filme da fase inglesa, que antes era batizado como O Marido é o Culpado.

03. Deus Sabe o Quanto Amei (Some Came Running, 1958), de Vincente Minnelli

+     Assim Estava Escrito (The Bad and the Beautiful, 1952)

Dois melodramas essenciais do grande Vincente Minnelli, o primeiro escondido no catálogo pelo seu título original, acrescido de três pontinhos e aspas: … “Some Came Running”. O segundo inicia a fase dos melodramas que representam a arte. No caso, o cinema.

04. Os Imperdoáveis (1992)

+     As Pontes de Madison (1995)

+     Menina de Ouro (2004)

+     Além da Vida (2010)

Lamentável que tenham tirado Gran Torino na mudança para Max. A plataforma poderia ter quase todos os filmes do maior diretor em atividade, mas não quer. O que está acima, contudo, é espetacular, assim como alguns outros assinados ou protagonizados pelo grande ator, diretor e produtor.

05. Marcas da Violência (2005), de David Cronenberg

O grande diretor canadense realiza esta última obra-prima, antes de se perder num caminho irregular, embora sempre interessante. Aqui temos o melhor momento de Viggo Mortensen no cinema, além de uma encenação clássica que beira a perfeição.

06. Gremlins (1984), de Joe Dante

+     Gremlins 2 (1990)

+     A Segunda Guerra Civil (1997)

Aos dois Gremlins, grandes filmes políticos, acrescento uma das maiores críticas filmadas da carreira de Dante, o telefilme para a HBO A Segunda Guerra Civil.

07. Cidadão Kane (1941), de Cidadão Kane

+     A Dama de Shangai

Desbancado da prestigiada lista da Sight and Sound, mas ainda um dos grandes filmes da história do cinema, Cidadão Kane é uma lição a cada vista, sempre se renovando e se enriquecendo ao nosso olhar. Em comparação, A Dama de Shangai é um filme menor (poucos não o seriam), mas costuma crescer em revisões.

08. Cantando na Chuva (1952), de Stanley Donen e Gene Kelly

Há poucos anos, vi uma jovem universitária chamando este filme de o “melhor de todos os tempos”. Isto dá uma boa ideia de como resistiu às gerações futuras e vai se confirmando como um musical clássico irresistível.

09. A Casa do Lago (2006), de Alejandro Agresti

Quando o argentino Agresti foi fazer este filme em Hollywood, seus admiradores ficaram receosos. Poucos deles perceberam o tesouro, a maravilha de filme que saiu da aventura. Um espetáculo de sensibilidade e inteligência na encenação.

10. O Homem das Novidades (The Cameraman, 1929), de Edward Sedgwick

O macaco girando a manivela e mantendo a verdade em registro é um desses momentos que mostram a genialidade de Keaton, um dos maiores comediantes do burlesco.

11. Meu Ódio Será Sua Herança (The Wild Bunch, 1969), de Sam Peckimpah

Às vezes dá vontade de estender a periodização da chamada Nova Hollywood para o período em que Peckimpah filmou, ou seja, de 1961 a 1983, tamanha sua importância para o cinema moderno americano. Este é um de seus melhores filmes.

12. Juventude Transviada (1955), de Nicholas Ray

Um dos três filmes com o astro James Dean e o melhor deles, ainda que Vidas Amargas, de Elia Kazan (lamentavelmente fora do catálogo), seja incrível.

13. O Iluminado (1980), de Stanley Kubrick

+     De Olhos Bem Fechados (1999)

+     Lolita (1962)

+     Laranja Mecânica (1971)

Quatro entre vários filmes de Kubrick que o Max poderia ter no catálogo. Os melhores, 2001: Uma Odisséia no Espaço e Barry Lyndon, infelizmente estão fora. Desses quatro, os de cima são espetaculares. Mas todos valem a visita.

14. Taxi Driver (1976), de Martin Scorsese

+     Os Bons Companheiros (1990)

+     Os Infiltrados (2006)

+     Caminhos Perigosos (1973)

Quatro grandes filmes de um dos maiores diretores do cinema americano moderno. O primeiro deles, Taxi Driver, é obra-prima. os outros não ficam muito atrás. Com Os Infiltrados, Scorsese finalmente ganhou seu merecido Oscar.

15. Amarcord (1974), de Federico Fellini

Num catálogo tão orientado para o cinema americano, é até estranho ver um filme italiano em exibição, mesmo que seja um dos mais conhecidos, indicado ao Oscar. Trata-se de um dos grandes filmes de Fellini, um belíssimo álbum de recordações.

16. O Exorcista (1973), de William Friedkin

Assustador é pouco. É um dos filmes mais tenebrosos que já vi, que colocou o nome de Friedkin entre os de primeira linha, algo que pela audácia e pelas escolhas erradas, ele acabaria por sabotar.

17. Dirty Harry: Perseguidor Implacável (1971), de Don Siegel

Policial clássico que rendeu outros quatro longas, todos produzidos e um deles também dirigido pelo astro Clint Eastwood. O de Siegel, o primeiro deles, é o melhor, um retrato íntimo do fascismo na corporação policial.

18. Galante e Sanguinário (3:10 to Yuma, 1957), de Delmer Daves

Um dos três grandes westerns realizados por Daves na segunda metade dos anos 1950. Foi refilmado dignamente por James Mangold, mas o de Daves é bem superior.

19. Starman (1984), de John Carpenter

Filme que surpreendeu a todos quando lançado. Um Carpenter romântico, mas nem por isso deixa de ser extremamente carpenteriano. E belíssimo.

20. Cavalgada Trágica (1960), de Budd Boetticher

Da brilhante série final com Randolph Scott, a Max resolveu deixar este para vermos. Vai entender. É imperdível, obviamente, mas vai deixar quem ver com vontade de mais.

21. O Escritor Fantasma (2010), de Roman Polanski

Polanski mostrando que aprendeu como poucos as lições do mestre Hitchcock. Fez um dos grandes filmes de sua carreira.

22. O Que Terá Acontecido a Baby Jane? (1962), de Robert Aldrich

O grande Aldrich entrava em sua fase maneirista com este filme, um assombro no uso de lentes (Yorgos Lanthimos devia ver até aprender) e na tensão psicológica.

23. A Fantástica Fábrica de Chocolate (1971), de Mel Stuart

+     A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), de Tim Burton

Duas belas fantasias musicais, cada uma respondendo ao seu tempo. Burton é um diretor melhor que Stuart, mas o Willy Wonka de Gene Wilder leva vantagem sobre o de Johnny Depp.

24. Mad Max: Estrada da Fúria (2014), de George Miller

+     Mad Max 2: A Caçada Continua (1982)

+     Mad Max (1979)

O terceiro da série, um belíssimo longa, está misteriosamente fora do catálogo. os que estão disponíveis, contudo, foram uma bela sessão tripla.

25. Batman: O Retorno (1992), de Tim Burton

+     Batman (1989)

Os dois Batmans de Burton são os melhores Batmans que podemos ver. Jack Nicholson como o Coringa, Danny De Vito como o Pinguim e Michelle Pfeiffer como a Mulher Gato são os maiores vilões do cinema que veio dos quadrinhos.

26. Assassino Sem Rastro (2022), de Martin Campbell

+     Desconhecido (2011), de Jaume Collet-Serra

Dois dos melhores (talvez os dois melhores) veículos de ação para o grandalhão irlandês Liam Neeson.

27. A Última Sessão de Cinema (1971), de Peter Bodganovich

+     Essa Pequena é uma Parada (1972)

Outro grande diretor da Nova Hollywood está representado no catálogo com dois belos filmes. O primeiro revelou Cybill Shepherd. O segundo traz a melhor atuação de Barbra Streisand.

28. A Dália Negra (2006), de Brian De Palma

+ Pecados de Guerra (1989)

O melhor dos diretores da Nova Hollywood não está tão bem representado. Seus melhores filmes estão fora do catálogo. Estes dois, embora menores em sua carreira, são ainda assim bem bons. (nota do editor: no momento da publicação desta matéria, “Pecados de Guerra” não constava mais no catálogo)

29. A Pele que Habito (2011), de Pedro Almodóvar

Outro filme que bebe na fonte de Hitchcock, sendo também influenciado por Olhos Sem Rosto, de Georges Franju. Um dos melhores realizados por Almodóvar.

30. King Kong (1933), de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack

Delicioso filme de monstro de um período dos mais instigantes do cinema americano, do pré-código, quando produtores e realizadores desafiavam os censores com divertida audácia. A festa iria acabar em 1934, quando o Código de Produção começaria a valer.

Texto escrito pelo crítico e professor de cinema Sérgio Alpendre, especialmente para o Leitura Fílmica.

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