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Cidade Perdida (filme)
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Cidade Perdida

Avaliação:
4/10

4/10

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Crítica | Ficha técnica

Cidade Perdida (The Lost City) confirma que Hollywood continua apostando em aventuras sobre a busca de um tesouro perdido. Às vezes acerta, como no divertido filme da Disney Jungle Cruise (2021), mas em outras erra feio, como em Uncharted (2022). Este novo filme de Sandra Bullock está nesse segundo grupo.

Os produtores procuraram se cercar de talentos garantidos. O material original foi criado por Seth Gordon diretor de comédias de sucesso. Seu portfólio vai desde sua estreia com Surpresas do Amor (Four Christmases, 2008), estrelado porReese Whiterspoon e Vince Vaughn, a Baywatch: S.O.S. (2017), seu mais recente lançamento.

Quem adaptou esse material foram os corroteristas Oren Uziel e Dana Fox, juntamente com os diretores, os Irmãos Nee. Nesse quesito, já se acendem algumas luzes amarelas de alerta. Uziel é um dos responsáveis pelas bombas O Paradoxo Cloverfield (The Cloverfield Paradox, 2018), Mortal Kombat (2021) e Escape Room 2 (2021). Já a roteirista Dana Fox assina comédias apelativas; por exemplo, Como Ser Solteira (How to Be Single, 2016) e Megarromântica (Isn’t It Romantic, 2019), ambos com Rebel Wilson no elenco principal.

Por fim, na direção, a aposta é no escuro, pois os irmãos Aaron Nee e Adam Nee fizeram apenas dois filmes pequenos. E, nenhum deles de grande destaque: The Last Romantic (2006) e Band of Robbers (2015).

Nada original

O que vemos na tela é desanimador. Para começar, a história parece uma cópia do infinitamente superior O Magnífico (Le Magnifique, 1973), de Philippe de Broca. Em suma, ois dos trazem tramas sobre um escritor (uma escritora, no caso de Cidade Perdida) de livros populares de aventura que, na vida real, acaba se envolvendo em uma perigosa empreitada. Aliás, a cena que abre o filme de Sandra Bullock, que mostra a protagonista numa situação arriscada, depois revelada que se trata do que ela está escrevendo, repete a ideia semelhante do que vemos no filme de Philippe de Broca.

Além disso, falta originalidade, também, nas piadas, que soam batidas, e os diálogos são pouco inspirados. Por isso, os diretores usam constantemente uma música de fundo para ajudar a dar ritmo ao filme. Por outro lado, as cenas de ação não empolgam e, também recorrem a clichês, como o galho de árvore que derruba o vilão numa luta em cima de um tanque em velocidade. Para piorar, a computação gráfica, usada a rodo, está muito artificial nas sequências na “distante ilha do Atlântico”.

Casal sem química

No elenco, os três nomes principais desapontam, embora grande parte da culpa disso seja do roteiro e da direção.

Sandra Bullock faz a escritora que é sequestrada para decifrar uma escrita antiga que pode revelar o tesouro. Aos 57 anos, Bullock ainda insiste em representar a mocinha bela e sensual num filme de ação. Apesar de ainda manter uma aparência convincente (embora visivelmente retocada), a atriz já não funciona nesse tipo de papel, e ela mesmo parece desconfortável em várias cenas. Como resultado, ela entrega um desempenho muito aquém do que obteve em seu outro recente filme, o drama Imperdoável (The Unforgivable, 2021).

Ao seu lado, fazendo um par romântico sem nenhuma química, está Channing Tatum, como o modelo das capas dos livros da escritora. Tatum funciona bem quando parodia a si mesmo, ou seja, o “loiro burro” que se sente inferiorizado perto da escritora intelectual. Essa inversão de papeis, que faz humor com os tempos atuais, rende até algumas boas piadas, como quando Bullock diz que não pode ser acusada de mansplaining, porque Tatum é homem. Mas, suas cenas românticas com Bullock são insossas; é duro acreditar na paixão entre esses dois.

Um vilão e um herói

Como vilão, ou melhor, tentando ser um vilão, Daniel Radcliffe tenta ainda se livrar do estigma de ter interpretado Harry Potter. Mas, mesmo com barba e um tom arrogante, ele é um vilão fraco. Na verdade, o personagem é mal construído: um milionário que tem inveja do irmão que passou à sua frente na empresa quer provar seu valor encontrando um tesouro? Não mesmo.

Curiosamente, quem marca boa presença é Brad Pitt, no papel de um verdadeiro herói. Por conta disso, a sua cena de ação é a melhor do filme, assim como as suas piadas. Pena que é uma participação brevíssima. E, ainda, atrapalhada por uma cena pós-crédito desnecessária e sem sentido.

Aparentemente, Cidade Perdida era para ser um filme leve, para o espectador se divertir comento pipoca e comemorando a volta às salas após o isolamento da pandemia da Covid-19. Mas é provável que a pipoca chame mais a atenção do que o filme.

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Ficha técnica:

Cidade Perdida | The Lost City | 2022 | 112 min | EUA | Direção: Aaron Nee, Adam Nee | Roteiro: Oren Uziel, Dana Fox, Adam Nee, Aaron Nee | Elenco: Sandra Bullock, Channing Tatum, Daniel Radcliffe, Da’Vine Joy Randolph, Brad Pitt, Oscar Nuñez, Patti Harrison, Bowen Yang.

Distribuição: Paramount Pictures.

Trailer aqui.

Onde assistir:
Cidade Perdida (filme)
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