30 grandes filmes disponíveis na Prime Video

Homem barbudo em uma locadora de vídeo

A Prime Vídeo coloca em sua interface filmes que estão em outras plataformas, mediante aluguel ou até assinatura, o que provoca uma confusão ainda maior num catálogo já problemático para a consulta.

Para esta lista de 30 grandes filmes, procurei colocar somente aqueles com o selinho azul do prime, que um assinante da plataforma poderá ver sem gastar mais dinheiro por isso.

Não me responsabilizo se algum dos filmes aqui listados desaparecer repentinamente do catálogo, ou estiver com legendas em outra língua que não a portuguesa. Essas coisas mudam sempre e o trabalho aqui é mais de indicação do que de vigia de qualidade.

A ideia não foi mapear todos os grandes filmes disponíveis no acervo, mas uma boa parte deles, muitas vezes os que não se esconderam de mim nas buscas, mas podem ter se escondido de outras pessoas, graças ao maldito algoritmo.

01. Carrie, a Estranha (1976), de Brian De Palma

Esqueçam a refilmagem. Este longa de Brian De Palma, além de ter colocado o nome de Stephen King no mapa, atualiza a definição de obra-prima do horror. Piper Laurie sublime como a mãe fanática/satânica de Carrie. Foi a melhor atuação feminina daquele ano e talvez da década.

02. Fuga de Nova York (1982), de John Carpenter

Uma fita de jazz significando um ato de rebeldia. Nova York como um presídio disfarçado de depósito de entulhos. Melhor comentário possível sobre o que os EUA se tornariam sob o governo de Reagan. Carpenter já era grande, mas este filme o coloca como uma espécie de divindade.

03. Suspiria (1977), de Dario Argento

Este ou Profondo Rosso? Tanto faz se a intenção for ver um Argento de primeira. A refilmagem de Guadagnino também está disponível na plataforma, caso alguém queira verificar o abismo que existe entre uma e outra.

04. Touro Indomável (1980), de Martin Scorsese

+     Cassino (1995)

Scorsese saiu de moda para a juventude cinéfila. Azar deles. Estes dois filmes estão entre os melhores que realizou, e Cassino pode ser considerado sua última obra-prima. Em pauta, como quase sempre no melhor cinema do diretor, a descida ao inferno do protagonista e sua sobrevivência de alto custo. (leia a crítica de Touro Indomável)

05. A Casa do Lago (2006), de Alejandro Agresti

Quando quis colocar este filme na capa da quarta edição da Paisà, tendo visto o filme em cabine, meu sócio e coeditor, Alexandre Carvalho, confiou no meu julgamento, também porque estávamos sem opção. A edição se tornou o maior encalhe da história da revista, mas o filme continua sendo uma obra-prima do romantismo fantástico.

06. Testemunha de Acusação (1957), de Billy Wilder

Show de Charles Laughton num dos filmes de tribunal mais inteligentes que já vi. É também a melhor adaptação de Agatha Christie de que tenho notícia.

07. Vidas Sem Rumo (1983), de Francis Ford Coppola

+     Apocalipse Now (1979)

Vidas Sem Rumo é um dos melhores filmes de Coppola. Apocalipse Now um dos mais famosos. Coppola é mais um diretor da Nova Hollywood que tem sido questionado pelos cinéfilos jovens. Você pode conferir até que ponto os argumentos deles são dignos de nota indo aos filmes.

08. Dia dos Mortos (1985), de George A. Romero

Terceiro longa da quadrilogia política de Romero, posteriormente aumentada e desfigurada por ele mesmo com dois filmes que são “só” bons.

09. John Wick 4: Baba Yaga (2023), de Chad Stahelski

+     John Wick Chapter 2: Um Novo Dia para Matar (2017)

+     John Wick Chapter 3: Parabellum (2019)

Toda a série seguiu um crescendo maravilhoso que a coloca na ponta do cinema de ação americano do século 21, ao lado de Mad Max: Estrada da Fúria e Hulk (o de Ang Lee). (leia a crítica de John Wick 4)

10. Era Uma Vez na China (1991), de Tsui Hark

+     Era Uma Vez na China 2 (1992)

+     Era Uma Vez na China 3 (1992)

O primeiro Era uma Vez na China representa para o cinema de artes marciais quase o mesmo que Os Imperdoáveis representa para o western. Tsui Hark e Jet Li inscreveram seus nomes no gênero e fica difícil para quem vem depois superá-los.

11. Rambo: Programado para Matar (1982), de Ted Kotcheff

A difícil adaptação de um veterano da guerra na América conservadora do pós-Vietnã. Belíssimo longa que inaugura uma série totalmente desvirtuada por seu astro, ainda que com seus momentos, especialmente no segundo longa.

12. Um Príncipe em Nova York (1988), de John Landis

O que dizer do humor de Landis, no auge de sua inspiração? Eddie Murphy também estava no auge, como pode perceber qualquer um que resolver ver ou rever este filmaço.

13. A Mula (2019), de Clint Eastwood

Vovô meio relapso com a família resolve faturar uma graninha extra fazendo um servicinho para traficantes. Belo filme de Eastwood, um dos astros que soube explorar bem seu envelhecimento na tela. (leia a crítica)

14. O Último Portal (2000), de Roman Polanski

+     O Pianista (2003)

Dois grandes filmes de Polanski. O Último Portal dando vazão às referências expressionistas de sua juventude, o segundo, ao seu passado no gueto de Cracóvia, sobrevivendo como podia à aberração nazista.

15. O Vingador do Futuro (1990), de Paul Verhoeven

+     Instinto Selvagem (1993)

Paul Verhoeven chacoalhando as estruturas do cinema americano via ficção científica e thriller policial erótico. De quebra dirigindo dois astros no auge: Schwarzenegger e Sharon Stone.

16. Os Donos da Noite (2007), de James Gray

Gray começava sua escalada de prestígio com parte da crítica e da cinefilia, com um cinema classudo envolvendo o sentimento de pertencimento: a uma cultura, a dos EUA, e a uma repartição, a policial.

17. Era uma Vez… em Hollywood (2019), de Quentin Tarantino

Melhor filme de Tarantino desde Kill Bill 1, este longa também é o único em que a reconstrução de um passado traumático não soa ridícula. (leia a crítica)

18. Faça a Coisa Certa (1989), de Spike Lee

+     Infiltrado na Klan (2018)

Faça a Coisa Certa parece mais forte hoje do que quando surgiu porque as imitações de seus maneirismos cromáticos ou de enquadramento se revelaram muito pobres em comparação. Lee estava mais para Malcolm X do que para MLK (em Infiltrado na Klan, talvez seja o contrário).

19. Asas do Desejo (1987), de Wim Wenders

Tido quase unanimemente como o último grande filme de Wenders, Asas do Desejo contém já os sinais da decadência do diretor. É algo que só podemos aferir olhando no retrovisor.

20. O Nevoeiro (2007), de Frank Darabont

Depois de (bons) melodramas edificantes e de um longa nostálgico e meio ingênuo, Darabont faz seu melhor filme, com monstros que chegam junto de um nevoeiro sinistro.

21. Rocky, Um Lutador (1976), de John G. Avildsen

Primeiro e melhor de toda a série Rocky, incluindo os derivados Creed. O tema da segunda chance e a vontade de reiniciar um percurso manchado pelas crises dos anos anteriores, incluindo a Guerra do Vietnã, resultaram nesta bela obra de comemoração do bicentenário da independência.

22. Os Outros (2001), de Alejandro Amenábar

Belíssimo filme em que a inversão de expectativas é trabalhada de modo inteligente para criar uma atmosfera de horror iminente. (leia a crítica)

23. Para o Outro Lado (2015), de Kiyoshi Kurosawa

Daria uma bela sessão dupla com Os Outros, além de apresentar o cinema do genial Kiyoshi Kurosawa para um outro público. (leia a crítica)

24. Hannah e Suas Irmãs, de Woody Allen

+     Tiros na Broadway

+     Annie Hall

Há outros filmes de Woody Allen no catálogo, dos quais Match Point certamente poderia estar aqui. Os outros são para completistas. Hannah e Suas irmãs é a obra-prima do diretor. Tiros na Broadway talvez seja seu segundo melhor filme.

25. Desejo e Perigo (2007), de Ang Lee

Ang Lee, quando acerta, é capaz de grandes filmes, como este, ambientado na China durante a ocupação japonesa e a Segunda Guerra Mundial.

26. Veludo Azul (1986), de David Lynch

Lynch virando o sonho de consumo dos EUA do avesso no filme que funciona como seu cartão de visitas.

27. Harry & Sally: Feitos um para o Outro (1989), de Rob Reiner

Delicioso longa que pega o bastão de Woody Allen (Annie Hall), que por sua vez pegou o bastão de Lubitsch (A Loja da Esquina) na atualização da comédia romântica. (leia a crítica de Harry e Sally)

28. Encontros e Desencontros (2003), de Sofia Coppola

Que bela época em que podíamos ter esperança numa jovem diretora enquanto seu pai fazia vinhos, antes de voltar a realizar filmes (pouco ou nada inspirados).

29. Anatomia de uma Queda (2023), de Justine Triet

Um dos poucos premiados decentes do Festival de Cannes, revela uma diretora em clara evolução autoral. (leia a crítica)

30. Ali (2001), de Michael Mann

Para ver ou rever em sintonia com o ótimo Ferrari, recém-estreado nos cinemas brasileiros.

Texto escrito pelo crítico e professor de cinema Sérgio Alpendre, especialmente para o Leitura Fílmica.

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